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19 de março de 2019

A MORTE DE SARAI - J. A. REDMERSKI

Resenha do livro A morte de Sarai - J. A. Redmerski!


A MORTE DE SARAI - J. A. REDMERSKI

ROMANCE/SUSPENSE/MÁFIA | SUMA DE LETRAS | 2015






Sarai era uma típica adolescente americana: tinha o sonho de terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa em alguma universidade. Mas com apenas 14 anos foi levada pela mãe para viver no México, ao lado de Javier, um poderoso traficante de drogas e mulheres. Ele se apaixonou pela garota e, desde a morte da mãe dela, a mantém em cativeiro. Apesar de não sofrer maus-tratos, Sarai convive com meninas que não têm a mesma sorte. Depois de nove anos trancada ali, no meio do deserto, ela praticamente esqueceu como é ter uma vida normal, mas nunca desistiu da ideia de escapar. Victor é um assassino de aluguel que, como Sarai, conviveu com morte e violência desde novo: foi treinado para matar a sangue frio. Quando ele chega à fortaleza para negociar um serviço, a jovem o vê como sua única oportunidade de fugir. Mas Victor é diferente dos outros homens que Sarai conheceu; parece inútil tentar ameaçá-lo ou seduzi-lo. Em “A morte de Sarai”, primeiro volume da série Na Companhia de Assassinos, quando as circunstâncias tomam um rumo inesperado, os dois são obrigados a questionar tudo em que pensavam acreditar. Dedicado a ajudar a garota a recuperar sua liberdade, Victor se descobre disposto a arriscar tudo para salvá-la. E Sarai não entende por que sua vontade de ser livre de repente dá lugar ao desejo de se prender àquele homem misterioso para sempre.





A morte de Sarai é um romance bem diferente do que estou acostumada a ler, mas que me prendeu de uma forma incrível. É o primeiro livro da série Na companhia de assassinos, que é feita de sete livros, até o momento, porém, apenas três foram lançados aqui no Brasil. 



Estava há um bom tempo namorando o livro e quando vi uma promoção dos três primeiros na Amazon, logo aproveitei. Assim que chegaram comecei a leitura. A diagramação é simples, como gosto, só acho que a letra podia ser um tiquinho maior. A capa é maravilhosa, foi por ela que me interessei em primeiro lugar, porém o papel que foi impresso é bem frágil e isso me incomodou porque o livro acaba desgastando com muita facilidade. A revisão é bem feita, então isso compensou esses pequenos incômodos


Narrado em primeira pessoa pela personagem principal, A morte de Sarai nos conta a trajetória de uma jovem que foi levada do seu país, abusada e trancafiada por anos. Uma das coisas que amei foi que a autora tratou do assunto com maestria, não colocou um mocinho milagroso que salva a mocinha e tudo de ruim é esquecido e superado de um dia para o outro, como vejo em muitos romances. Ela mostrou uma realidade, cruel, mas real. 

Sarai não teve uma infância ou adolescência fáceis, com uma mãe negligente e nada preocupada com o bem estar da filha, Sarai se vê em apuros quando o seu novo padrasto se apaixona por ela de uma forma doentia e horripilante. E para piorar tudo a mãe morre e Javier acha que tem o direito de tornar a jovem sua "mulher". 

Por nove anos, Sarai vive em cativeiro, ela tem comida, roupas, e ninguém, além de Javier, a toca. Mas isso torna a situação melhor, tudo está errado, ela não vive, não sabe o que é sentir coisas boas ou sorrir. Não sabe o que é viver. 

A forma como Sarai encara tudo e narra sua vida é impressionante. Não temos uma personagem melancólica, que se lamenta o tempo todo e mal diz tudo e todos. Ela é consciente da sua situação, de tudo o que passa e ainda entende que poderia ser muito pior, como é o caso das outras garotas que convivem com ela, obrigadas a se prostituir para não morrer. Comparado a isso, a vida de Sarai é de uma rainha. 

Entretanto, isso não a impede de querer mais, querer viver, ter liberdade, ser dona de si mesma. Ela só precisa de uma chance de fugir daquele lugar, apenas uma e tudo vai ser diferente. O plano já está formado em sua cabeça, Sarai teve tempo suficiente para isso. 

Por isso, quando aquele americano passa pelas portas do seu cativeiro e Sarai percebe que aquele é o seu momento ela não espera mais nem um segundo. Decidida, Sarai põe o seu plano em prática e com sorte acaba dentro do carro de um americano enigmático, com cara de poucos amigos e para melhorar tudo, um assassino de aluguel. Mas o que exatamente poderia ser pior do que continuar no mesmo lugar?

"Por que não estamos andando? Por que estamos parados aqui? Talvez ele esteja lendo algo.
E então ele diz em voz alta, em espanhol:
- Loção de manteiga de cacau. Hálito quente. Suor.
Meu cérebro leva um momento para registrar o significado de suas estranhas palavras e perceber que ele está falando comigo, na verdade.
Eu me levanto rápido de trás do banco e engatilho a arma, apertando o cano contra a nuca dele.
- Dirija - digo em inglês, as mãos tremendo, segurando a arma no lugar. Nunca matei ninguém e nem quero, mas não vou voltar para aquela fortaleza. "

A vida de Victor Faust é toda em função da ordem dos assassinos ao qual ele faz parte. Matar é sua arte e para isso sentimentos devem ser deixados de lado. Mas quando aquela jovem invade seu carro e aponta uma arma para sua cabeça, algo em seu mundo começa a mudar. De repente protegê-la parece estar acima de tudo e uma guerra interna e externa é travada.

Sarai é tudo o que Victor menos precisa em sua vida perfeita e controlada, porém, ela é mais que apenas mais uma mulher que passou pela sua vida. Ela sofreu e viu o pior do mundo, mas ao invés de se fechar dentro de si mesma e chorar, ela quer vingança. Quer o pagamento dos anos roubados, com sangue, sangue que ela mesma quer arrancar. 

Ao cruzarem o caminho um do outro, ambos tinham planos traçados para o futuro, mas tudo mudou quando uma série de contratempos os faz ficarem cada vez mais juntos e um laço forte é criado. 

Nesse momento você se vê torcendo para que o romance surja e o final feliz e clichê dos livros apareça, mas a coisa é mais embaixo. A morte de Sarai traz dois personagens quebrados em vários pedaços e que não sabem o que é amar e ser amado. A vida para ambos sempre foi preto no branco, não há sentimentos, há lógica, razão. E de repente, se ver querendo proteger alguém por um sentimento maior é algo novo e assustador. 

Tanto Sarai quanto Victor enfrentam dilemas que não sabem como resolver. A dificuldade de perceber que talvez você não seja a pessoa que pensou ser e que tudo precisa ser mais uma vez mudada. 

A morte de Sarai me fez questionar muito isso. Muitas vezes fazemos planos e acreditamos que só seremos felizes ao alcançar aquilo, mas as coisas mudam o tempo passa e você percebe que quem idealizou aquilo não existe mais. E tudo mudou. 

A autora nos surpreende com uma história totalmente diferente dos clichês que estamos acostumados. Um enredo cheio de emoções, ação, tiros, mortes e muito mais. Esse é primeiro livro que leio dela e já estou completamente rendida a sua escrita. É simples, objetiva e clara. Você se vê com o coração na mão ao tentar imaginar o que vai acontecer, mas é quase impossível.

Sarai desabrocha durante o enredo e se torna uma mulher forte e decidida. 

Victor cresce, aprende, se torna mais humano e menos máquina.

A autora aborda uma questão de sentimentos e a forma que sentimos, a forma como coisas por quais passamos são capazes de nos mudar e, principalmente, que todos nós temos um lado obscuro e um lado bom. Eles só estão a espreita esperando uma oportunidade de serem libertados. 

Como eu disse antes, A morte de Sarai faz parte de uma série composta de seis livros, até o momento. O segundo livro é uma continuação da história de Sarai, que volta ao enredo com o nome de Izabel, o porquê vocês precisam ler para saber. Em breve trago a resenha dele para vocês. 

Ordem da séria Na companhia de Assassinos:

1 - A morte de Sarai 
2 - O retorno de Izabel
3 - O Cisne e o Chacal. 
4 - Seeds od Iniquity
5 - The Black Wolf
6 - Behind The Hands That Kill
7 - Spiders in the Grove


E aí, já leram A morte de Sarai ou algum outro livro da autora? O que acharam?



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